segunda-feira, janeiro 31, 2005

Lições de Politica para os peixinhos.

"sou do parecer de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna (oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...) contrariá-la. Vê-se, que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia"
in O Príncipe, Maquiavel.

Pensamento colateral

Descobri que tenho andado enganado. Aquela reconhecida e repetida máxima da física elementar e das relações complicadas - os pólos opostos atraem-se - está incompleta. Após vasculhar em relações de papel, de película e de verdade descobri a frase completa:
os pólos opostos atraem-se, mas nunca se compreendem.

O visionamento dos filmes "Closer" e "Team America" contribuiram, de forma torpe, para esta descoberta.

sexta-feira, janeiro 28, 2005

nada...

A vontade de não fazer nada assola-me violentamente, não sei muito bem de onde é que esta força da natureza vem, antigamente não sofria desta azia disfarçada de remorso rocambolesco, mas ultimamente tem-se apoderado de mim que nem leite condensado se deleita nos meus dedos... ui tão bom.
Ainda não encontrei a melhor forma de lidar com este problema, mas também não tentei muita coisa, ainda tentei disciplinar-me violentamente de forma a ter mais tempo para não fazer nada, mas este bicho é maior que a escuridão e é guloso à bruta, até já tentei ir de férias... e nada. Queria não me sentir mal por não fazer nada, mas não tenho feito nada por não fazer nada, acho que vou parar porque estou outra vez a ter uma vontade... daquelas.

Low budget


zoo
Originally uploaded by Sr. Funesto.

Este cartaz já tem quase um ano, mas merece ressurgir sob a luz da ribalta que este recôndito blog fornece a algumas ideias pouco dadas ao estrelato e muito dadas à originalidade. A ideia: pegar em folhas de papel de embrulho, todas diferentes e com motivos de animais, para constituirem o fundo do cartaz de uma peça de teatro chamada Zoo Story. Vi zebras, camelos, cães com gatos, só cães, só gatos e penso que um deles até tinha o clássico padrão de tigre. O nome da peça e outras informações surgem numa simples e singela página A4, impressa a preto e branco.
High impact.

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Mas afinal onde estão as instruções?

Não leio manuais de instruções. Nem que o dvd esteja a fumegar e a televisão com a imagem em negativo. Nunca leio os manuais, nem jogo no casino, nem vou à missa. Manias. Mas há momentos em que tentamos perceber como esta coisa da vida funciona, em que botão temos que carregar, qual é a configuração que não está bem, onde está o RESET, e nada. Nem um folheto explicativo ou um tutorial. NADA! O aparelho mais complicado do mundo, que mais vezes pendura e nem técnicos ou assistência on-line. Que esta reclamação chegue onde tenha que chegar, pois vou levá-la até às últimas consequências.

terça-feira, janeiro 25, 2005

Red Dot, Black Spot


sneaker
Originally uploaded by Sr. Funesto.


Os Black Spot não são uns ténis, são um plano de ataque, uma missão da Adbusters para estabelecer uma comunidade dos consumidores à escala da aldeia global que torcem o nariz ao capitalismo e corporativismo. Eles dizem que os ténis seguem umas tantas regras vegan, foram aprovados pela Liga dos Amigos dos Sapatos Vegetarianos, são biodegradáveis e, é claro, usam cânhamo natural. O logotipo é um anti-logotipo (círculo branco pintado à mão). Como curiosidade acrescida a fábrica está localizada em Felgueiras, Portugal e os trabalhadores têm direito a uma hora e meia de almoço.
Quanto à campanha, esta incentivou um ataque directo à Nike, apelando ao terrorismo gráfico - desenhar bolas por cima do logo/swoosh e pintar bolas vermelhas (ver post Muito Útil) nos "perigosos ténis capitalistas". O headline: rethink the cool.
Talvez estes adbusters exagerem um bocado no discurso anti-imperialista, talvez eles próprios se estejam a tornar demasiado capitalistas com o BlackSpot 2.0 a caminho, mas pelo menos estão a dar trabalho às famílias de Felgueiras e eu sempre gostei de pequenas ideias com grandes ambições.

http://adbusters.org/metas/corpo/blackspotsneaker/

como?

Cada vez oiço menos o meu chefe, cada vez oiço menos o que me desinteressa, não consigo ouvir nada do que o Santana diz, e oiço muito mal os outros todos (o Portas já não o consigo ouvir há muito) mal oiço a minha namorada e pior que tudo, já não me consigo ouvir... estou a ficar surdo.

Muito útil


útil
Originally uploaded by Sr. Funesto.

É bonito ver que até as campanhas políticas evoluem. Lembram-se das últimas legislativas, aquelas em que um Sr. Durão subiu à cadeira do poder? Na altura uns jovens marketeers lembraram-se de pintar um círculo rubicundo por cima do nariz do dito Sr. Agora esses jovens (pelo menos de espírito) contra ventos e marés atingiram a revolução industrial e produziram uma série de autocolantes de vários diâmetros e colocaram-nos onde lhes aprouve. E é bonito (insisto) ver uma campanha transversal que atravessa cores políticas, unindo diferentes narizes sob a mesma cor. Por agora aqui o Sr. Funesto só vislumbrou o Sr. P.P. e o Sr. Lopes.
Informações de última hora reportam que também o Sr. Sócrates e o Sr. Louçã não foram poupados.

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Talho consumado


talho
Originally uploaded by Sr. Funesto.
Toma lá
Para mastigares
Toma lá
Para roeres
Toma lá
Para separares
Pele e osso.
Toma lá
Para te inspirares
Um almoço
Um dedo cortado
Dura ou gelatinosa
Um crime temperado
Uma salada bexigosa.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

A Arte do Cutelo

No oriente o tiro com arco é considerado uma forma de arte tão elevada como a música, a poesia ou a pintura. Porquê? Porque tudo o que requer uma perícia extrema, uma concentração e coordenação sobre-humanas é digno da mais alta admiração. Uma consequência da já longínqua revolução industrial foi a perda de qualidade dos produtos. Era nos detalhes onde antes se avaliava a diferença entre o bom e o excelente. As máquinas da revolução eram toscas. Rápidas, mas toscas.
As coisas mudaram muito, mas nem tudo se resolveu. Temos dificuldade em encontrar um marceneiro cujo trabalho se distinga dos pré-fabricados do IKEA. Entalhes, rabos-de-andorinha e malhetes são coisas que ninguém tem tempo para fazer. Cola, pregos e toca a andar.
Para quê perder tempo quando as colas mono-componente são tão eficazes? Pronto.
Mas os chineses fazem sempre mais depressa, os coreanos fazem sempre mais barato, os japoneses fazem sempre mais pequeno. Porque é que não nos concentramos no tempo e nos detalhes?
A propósito de detalhes, na escala das profissões, temos depois dos professores e dos cozinheiros os médicos e os talhantes. Os talhantes são também depositários de uma arte antiga, arte que provém da nossa cultura, modo de vida e relacionamento social. Ora, tive o imenso prazer de assistir a um verdadeiro e orgulhoso talhante em acção. Não o grosseiro abutre do Delicatessen, não! Mas um mestre do cutelo, de movimentos ligeiros, de coreografia perfeita. Tudo em harmonia para transformar um coelho em pedaços, dispostos segundo a secção áurea. Para quando um espectáculo onde os talhantes/bailarinos preparam costeletas e bifes levados pelo público/cliente?

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Carne

Sr. Funesto mande lá pedir aquela imagem do talho que tenho ensejo em falar sobre isso.

Primeira e insignificante abordagem ao "Erro Grosseiro de Casting"

Temos o Santana e o Sócrates. Os Portas e o porta-voz do PC, um puto chamado Bernardino, que se estiver a mais de 500 metros da A.R. fica com vertigens e falta de ar. Temos o Pinto da Costa, o Major e o Pimenta Machado. Mas são-me indiferentes, todos. Estou-me realmente a borrifar para estes tipos. Em boa verdade duvido que existam, são seguramente produto de uma coisa que se poderia chamar como jornalismo fictíciosensacional. Agora o que me provoca arrepios na espinha é a Maia ou Maya ou lá que raio. Ela é também uma personagem ficcional, mas sem o brilho, o mau cheiro e o rançoso dos personagens bem escritos. Não passa de um erro de casting. Agora que escrevo sobre o assunto uma ideia começa a balouçar dentro da minha cabeça. Tu queres ver que o Hermman na realidade detém o monopólio do "Erro grosseiro de Casting"? E que é daquela mistela plagiada que faz nos domingos que saem todas estas Maias/Mayas e demais? É verdade meu bom Sr. Funesto que esta senhora não merece tanta prosa e arrepio mas ela é a gota. Aquela pequena e insignificante gota que sem um splash, apenas com um tímido pling faz transbordar o copo. Mas que raio, podia ser bem pior, podia ter reparado naquelas escritoras de beije e padrão Burberrys. Felizmente não, não tenho o euromilhões mas ignoro essas senhoras.

terça-feira, janeiro 18, 2005

oi


oi_small
Originally uploaded by Sr. Funesto.
Um bom exemplo de inovação nos meios publicitários.

Oi é uma operadora brasileira.
Obrigado Miles!

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Mega Super Giga - com desconto.

És jovem? Moderno(a)? Atrevida(o)?
Não procures mais! Este concurso é para ti!
Desenha a Nova fachada do nosso honesto Nefasto & Funesto,Lda.
E ganharás Visibilidade, Excelência, Rigor, Pró-Actividade e um
convite para almoçar no pantagruélico restaurante "O Painel de Alcântara".
(Conta a dividir por 3).

Dupond & Dupont

Eduardo Cintra Torres pôs por palavras uma ideia que andava cá dentro já há uns tempos a remoer-se a si mesma. Obrigado pela cura da azia.

"...José Sócrates é gémeo de Santana Lopes na sua ontologia mediática e na inclusão no "sistema". Pelo contrário, é precisamente a convicção generalizada de eles formarem uma dupla, a que já chamei aqui "S&S" ou "Dupond & Dupont", que motiva a angústia do beco, a descrença na alternância política."

http://jornal.publico.pt/2005/01/17/Media/ROLHO.html

Os crachás, o terrorismo gráfico e a Zeta Jones.

Tantas coisas importantes para fazer e tão pouco tempo! Temos por ordem de importância social: várias e picaras colecções de crachás. Para arruinar convenientemente qualquer t-shirt de marca cara e moderna. Diversos carimbos para tornar oficial o banal e banal o oficial. Para vingar a burocracia, a papelocracia e a cunhacracia. Por fim, comprar posters da senhora Zeta Jones, que com a idade está a ganhar classe e charme, para decorar as brancas paredes da agência.

Resumo: Se encontrarem crachás impertinentes, incongruentes e incontinentes, comprem ou tentem roubar. Se encontrarem documentos oficiais com um aspecto de folheto do jumbo, sorriam sorrateiramente e guardem silêncio. Se conhecerem a Zeta Jones digam qualquer coisa.

Caros Umbigos

Umbigo Nefasto e umbigo Funesto, desculpem só agora voltar a dar notícias. Apesar do cotão acumulado vamos já sacudir a inoperância e começar a disparar. Temos ideias, ambições, ataques de esquizofrenia e muitas promessas.