quinta-feira, agosto 25, 2005

O Homem no Espelho

srnefasto

Não será o trabalho, nem os projectos disto e daquilo,
nem as viagens ou aqueles grãos no tarro com a sua magnífica folha de hortelã no topo.
Não serão nem os insultos ou os elogios.
Quem nos vê quando olhamos para o espelho? O que se vê nesse espelho?
Muitas vezes, demasiadas vezes, o cansaço de tudo o que está a mais.
Do despropósito das horas perdidas a ouvir o meu ego e os egos alheios.
A ver os truques e malabarismos do grupo, em grupo.
Dos que não nos são nada, e dos amigos.
Que raio vêm os amigos? Que raio vejo eu nesses amigos?
Quase sempre nada, seguramente não nos vemos quase nunca.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Nefasto, Jorge el Negro, Jójó, Sr. Trindade, Matrix, Zéquinha, Jorge, o designer, o desenhador, o comensal. Pois é, tu és todos estes, quer queiras quer não. Quer te identifiques ou te identifiquem. És a imagem trocada no espelho, és a ideia pré-concebida de quem te vê uma ou duas vezes, és o namorado de alguém, o filho de alguém, o amigo de alguém. Para mim és muita coisa, acima de tudo sócio nesta sociedade anónima por cotas. Gosto da foto, não pareces tu.
Eu diria tratar-se de um roadie americano em plena pausa de gravações de um filme do david lynch. A tua cara, portanto.

Anónimo disse...

Engraçado, definitivamente não pareces tu, mas és tu: o realizador, o actor, o encenador, o perchista, o o aderecista, o miúdo que leva a passear o cão da estrela que largou para correr atrás de um malabarista e que sorrateiramente regista o último sopro de prisão e desaparece no veludo quente.