Portugal acordou diferente, 59 por cento dos votantes no referendo de ontem aprovaram a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas e, como profetizavam os defensores do Não, esta decisão desencadeou uma descontrolada liberalização do aborto.
Hospital Dona Maria, Hospital da Estefânia e várias clínicas de Lisboa encheram logo às primeiras horas da manhã com centenas de mulheres ansiosas por fazer o seu aborto livre. De nada serviram as explicações de que a lei teria primeiro de passar pelos trâmites legais. Ninguém arredou pé. Ainda agora, em clínicas de todo o país, do Minho ao Algarve, milhares de mulheres e até homens, esperam pela sua oportunidade de apanhar as matinés do aborto. Há relatos de várias mulheres que tiraram senha no atendimento da TMN, Optimus, Vodafone e lojas Phonehouse, à espera que lhes interrompessem a gravidez.
Ao que parece as comparações entre a facilidade de abortar e a de comprar um telemóvel se o Sim ganhasse, tiveram os seus frutos na confusão reinante. Nada fazia prever este cenário (apenas os clarividentes defensores do Não) e vários donos de restaurantes estão a pensar entrar no mercado oferecendo abortos nos seus menus do dia. Este é sem dúvida o fim do mundo.
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
A liberalização
Postado por O Despachante às 11:52 da manhã
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3 comentários:
Bem visto o texto, mas o Hosp.da Estefânia não faz abortos, porque é pediátrico, quem pode fazer é a Maternidade Magalhães Coutinho.
Falta no texto a imagem a que esse blog nos acostumou e que seria certamente original.Ciao!! Eu vou já a correr...o
Brilhante
:D
É sempre assim, já aquando da liberalização da república nos idos de 74, também desataram todos a correr para a rua, numa desenfreada apropriação de todos os espaços livres.
Será certamente o facto de sermos do sul, porque os nórdicos - que não se descontrolam com nada - quer seja para o aborto ou para a liberdade politica vão sempre segundo a ordem alfabética.
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