quarta-feira, março 12, 2008

Pessoa semi-certo, quase errado

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

2 comentários:

Unknown disse...

Certíssimo para mim.
Aliás, as barreiras tornam-se cada vez mais indistintas.

Anónimo disse...

quem és tu que passas a vida na vida pensada?... o que é que fizeste ao sentimental que eu conheço?
Proponho outra vida: a do impulso, do instante. A que é no momento e depois morre.