Soneto de aniversário
Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.
E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
(Vinicius de Moraes - Rio, 1942)
Acho que cheguei finalmente à idade em que vou começar a pensar em pensar na idade. O poema foi surripiado à Lady Stardust, a única mulher que se deita todas as noites com o Vinicius.
quarta-feira, maio 23, 2007
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Postado por O Despachante às 2:49 da tarde
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1 comentário:
Deito e recomendo.
Feliz aniversário, liiiiiiiiiindo...
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