sexta-feira, abril 22, 2005

Readymade


wheel
Originally uploaded by Sr. Funesto.

Desde 1913, o ano em que o excelentíssimo Sr. Duchamp espetou uma roda num banco (primeiro ready made), que temos vindo a ser soterrados por um crescendo de conceitos e ideias. “O conceito de ready made não reside no trabalho em si, mas na ideia que está por trás. A ênfase é colocada no artista, não enquanto artesão, mas enquanto entendedor cuja escolha de um objecto é vista como um acto criativo.” Ora se tudo tem uma ideia por trás, um “twist”, algum “wit” que obriga o receptor a trocar por miúdos aquilo que está a ver, se a mais inocente das imagens acaba sempre por ser uma complexa metáfora de outra coisa qualquer, seja em arte, design ou publicidade, então estamos num mundo muito cansativo. Àaaaah! Já percebi! Não me interprete mal, Sr. Nefasto, eu adoro os “sorrisos da mente”, mas cansa estar sempre a rir. Quando me rio muito tenho saudades da melancolia.
Quanto às imagens das revistas, realmente são muitas e não prendem mais que uns milésimos de segundo. Quando alguém se demora um pouco mais até lamber novamente o dedo, isso deve-se à simplicidade. Simplicidade do estímulo presente na imagem (sexo) ou simplicidade da mensagem / lay-out. Assim de repente lembro-me da Sisley e depois, só depois, da Apple.
E não é que até existe uma revista chamada: www.readymademag.com.

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